sexta-feira, 25 de abril de 2014

Acordando o blog: uma entrevista



Para a tchurma que sentiu falta dos Diários para o Ironman que escrevia para a MundoTri, e dos duelos entre o Tico e o Teco... rsrs... Publico uma entrevista que concedi recentemente para um informativo de uma das empresas em que atuo, com uma analogia entre a vida profissional e a vida esportiva. Boa leitura!



Tijolinho por tijolinho, um crescimento sustentável
Entrevista com Ana Oliva, vice-presidente da Finamax

P: Como foi o momento de assumir a vice-presidência da Finamax?
R: Na verdade, foi apenas uma formalização do cargo. Não se vira vice-presidente de uma financeira da noite para o dia, até porque respondemos para o Banco Central, e eu dependia da aprovação desse órgão para assumir. Eu já participava do dia a dia da empresa, estava bem envolvida com todas as áreas. Foi e é uma responsabilidade muito grande. Como diz o meu avô, a base do negócio é a confiança, e meu desafio é grande para que ela se perpetue.

P: Qual o maior desafio da Finamax hoje?
R: O maior desafio é continuar crescendo de forma sólida. De nada adianta alavancarmos a carteira se ela não for sólida, ou seja, se a inadimplência estourar junto. É condição sine qua non acompanhar o mercado e se reinventar constantemente, mantendo uma política de crédito conservadora. Em resumo, crescer com “pé no chão”. Nosso tripé é a captação, o crédito e a cobrança, e temos que evoluir nessas três frentes de forma equilibrada.

P: Em 2013, a Finamax teve uma expansão geográfica muito forte, chegando a várias cidades e ampliando a atuação em algumas delas. Isso vai continuar nos próximos meses?
R: Sim. Como meu avô diz, é um crescimento extensivo e intensivo. Cada praça tem o seu potencial, característico de cada região. Se o potencial de determinado local não é explorado, trabalharemos para fomentar negócios. Na verdade, é uma estratégia de crescimento pulverizado, o que minimiza o risco, valorizando onde enxergamos espaço para crescer.

P: Você foi uma atleta de representatividade na sua modalidade. O que o esporte a ensinou que é possível trazer para o dia a dia dos negócios?
R: A forma como eu lido com o esporte é um reflexo da forma como eu lido com tudo em minha vida. Sou perfeccionista, vou querer sempre fazer o meu melhor. O esporte de performance exige disciplina. Já ouvi muitas pessoas falando que eu tinha uma genética favorável, mas para mim, o esforço e a dedicação estão acima da genética. Por isso, minha resposta era sempre a dada pelo técnico Lauter Nogueira: “Sim, tenho a genética da disciplina.” Foco, determinação, correr atrás de algum objetivo, superação... É o tijolinho por tijolinho, dia após dia, degrau por degrau. Há dias bons, e dias não tão bons, mas com essas palavrinhas, você continua seguindo na mesma direção, com a consciência de que, para chegar a algum lugar, você tem que correr atrás.

P: Como você vê a Finamax daqui a 20 anos?
R: Olhando para frente, temos as variáveis controláveis e as incontroláveis. Nos próximos 20 anos, é óbvio que eu espero que a gente esteja maior, com uma carteira mais equilibrada, com o nosso tripé mais equilibrado. Mas acho complicado estimar números para o futuro. Temos que nos adequar à realidade. As pessoas têm que confiar na empresa, e a empresa tem que confiar na sua equipe, pois juntos já passamos por diversas crises do Brasil, e assim continuaremos as enfrentando. Sempre que estamos passando por um problema, vamos achar que aquele é o pior momento da história. Mas olhando para trás, nosso grupo já passou por tantos abalos da economia... Se você não acreditar no negócio, não adianta. Tem que acreditar e correr atrás. Temos que manter uma política de crédito conservadora, sempre nos adequando ao mercado. O grande desafio para os próximos 20 anos é continuar crescendo de forma sustentável, sem fazer loucura, com os pés no chão.