Para a tchurma que sentiu falta dos Diários para o Ironman que escrevia para a MundoTri, e dos duelos entre o Tico e o Teco... rsrs... Publico uma entrevista que concedi recentemente para um informativo de uma das empresas em que atuo, com uma analogia entre a vida profissional e a vida esportiva. Boa leitura!
Tijolinho
por tijolinho, um crescimento sustentável
Entrevista com Ana Oliva, vice-presidente
da Finamax
P: Como foi o momento de assumir a vice-presidência
da Finamax?
R: Na
verdade, foi apenas uma formalização do cargo. Não se vira vice-presidente de
uma financeira da noite para o dia, até porque respondemos para o Banco
Central, e eu dependia da aprovação desse órgão para assumir. Eu já participava
do dia a dia da empresa, estava bem envolvida com todas as áreas. Foi e é uma
responsabilidade muito grande. Como diz o meu avô, a base do negócio é a
confiança, e meu desafio é grande para que ela se perpetue.
P: Qual o maior desafio da Finamax hoje?
R: O maior
desafio é continuar crescendo de forma sólida. De nada adianta alavancarmos a
carteira se ela não for sólida, ou seja, se a inadimplência estourar junto. É
condição sine qua non acompanhar o
mercado e se reinventar constantemente, mantendo uma política de crédito
conservadora. Em resumo, crescer com “pé no chão”. Nosso tripé é a captação, o
crédito e a cobrança, e temos que evoluir nessas três frentes de forma
equilibrada.
P: Em 2013, a Finamax teve uma expansão
geográfica muito forte, chegando a várias cidades e ampliando a atuação em
algumas delas. Isso vai continuar nos próximos meses?
R: Sim. Como
meu avô diz, é um crescimento extensivo e intensivo. Cada praça tem o seu
potencial, característico de cada região. Se o potencial de determinado local
não é explorado, trabalharemos para fomentar negócios. Na verdade, é uma
estratégia de crescimento pulverizado, o que minimiza o risco, valorizando onde
enxergamos espaço para crescer.
P: Você foi uma atleta de representatividade
na sua modalidade. O que o esporte a ensinou que é possível trazer para o dia a
dia dos negócios?
R: A forma
como eu lido com o esporte é um reflexo da forma como eu lido com tudo em minha
vida. Sou perfeccionista, vou querer sempre fazer o meu melhor. O esporte de
performance exige disciplina. Já ouvi muitas pessoas falando que eu tinha uma
genética favorável, mas para mim, o esforço e a dedicação estão acima da
genética. Por isso, minha resposta era sempre a dada pelo técnico Lauter
Nogueira: “Sim, tenho a genética da disciplina.” Foco, determinação, correr
atrás de algum objetivo, superação... É o tijolinho por tijolinho, dia após
dia, degrau por degrau. Há dias bons, e dias não tão bons, mas com essas
palavrinhas, você continua seguindo na mesma direção, com a consciência de que,
para chegar a algum lugar, você tem que correr atrás.
P: Como você vê a Finamax daqui a 20 anos?
R: Olhando para
frente, temos as variáveis controláveis e as incontroláveis. Nos próximos 20
anos, é óbvio que eu espero que a gente esteja maior, com uma carteira mais
equilibrada, com o nosso tripé mais equilibrado. Mas acho complicado estimar
números para o futuro. Temos que nos adequar à realidade. As pessoas têm que
confiar na empresa, e a empresa tem que confiar na sua equipe, pois juntos já
passamos por diversas crises do Brasil, e assim continuaremos as enfrentando.
Sempre que estamos passando por um problema, vamos achar que aquele é o pior
momento da história. Mas olhando para trás, nosso grupo já passou por tantos abalos
da economia... Se você não acreditar no negócio, não adianta. Tem que acreditar
e correr atrás. Temos que manter uma política de crédito conservadora, sempre
nos adequando ao mercado. O grande desafio para os próximos 20 anos é continuar
crescendo de forma sustentável, sem fazer loucura, com os pés no chão.