terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Saudade...

"Saudade é um afeto, excelso amor, o melhor amor e o mais incorruptível que o passado nos herda." (Camilo Castelo Branco) 

Já faz um ano... Um ano que passou voando... 

Meu avô, o Dr. Oliva, foi um dos fundadores da Astra. Há 18 anos, ele criou este os Concertos Astra-Finamax, sendo um dos pioneiros no uso da Lei Rouanet no Brasil. Com esse lindo projeto, Dr. Oliva trouxe mais oportunidades para a sociedade, ao oferecer música de qualidade excepcional, de forma democrática. Democratização da cultura, esse era o espírito.

No dia 28 de novembro, um ano e um dia após Dr. Oliva ter nos deixado, aconteceu o encerramento da 18ª temporada dos Concertos, com uma apresentação do excepcional Yamandu Costa. Não poderíamos deixar de fazer uma justa e linda homenagem, que reproduzo aqui, a esse grande homem.

Por isso, peço licença para vocês para apresentar um vídeo que demonstra um pouquinho do que esse homem de tamanha simplicidade e um enorme coração fez por nossa sociedade e pelas pessoas, que são a maior riqueza de uma nação.

Saudade que não cabe no peito... 






terça-feira, 10 de novembro de 2015

20 Anos das Olimpíadas de Matemática Astra




Meu avô, Dr. Oliva, sempre foi um visionário.

Sempre fez questão de descomplicar a matemática, mostrando que a ela é simples, linda e extremamente necessária para a nossa vida.

Lembro como se fosse ontem, ele comparando a matemática, estatística com jogadores de futebol.

O jogador de futebol, no treino, faz flexões de braço, e isso não significa que ele fará as flexões no dia do jogo... O que ele queria dizer é que, a matemática nos obriga a “treinar” a mente.

Seguindo essa linha de raciocínio, o Dr. Oliva plantou uma sementinha...

Há 20 anos, ele fez com que a Astra se tornasse referencia em educação, com as olimpíadas de matemática.

Este projeto, um tanto quanto inovador para a época, tinha o objetivo de descobrir talentos e possibilitar a esses garotos a oportunidade do primeiro emprego.

O projeto se fortaleceu, cresceu... E se mostrou tão valioso para a sociedade, que acabou se tornando referencia para outros por todo o Brasil.

Dar continuidade ao trabalho do meu avô não é apenas uma missão como sucessora, mas sim uma enorme honra.

Sim, eu me sinto honrada por carregar comigo a convicção de que iremos continuar dando a esses jovens o reconhecimento, a oportunidade que merecem!

Sim! Meritocracia!

Pinçar da sociedade bons exemplos e recompensá-los.

Meritocracia é um grande incentivo para que esses meninos e meninas se inspirem a transformar a sociedade começando pelo entorno.

Em um ambiente onde os talentos humanos, reconhecidos, motivados, são capazes de fazer um mundo melhor.


Educação é tudo!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O velho, o menino e a mulinha

Após um dia punk, saí do escritório e fui para o 2º turno de treino (já tinha corrido pela manhã) com minha malvada-predileta-bff Andréa Trivellato. Eu estava péssima companhia... mega reclamona. Mas treinei até o fim!

Saí da Gym e passei na casa de mamy para dar um beijo de boa viagem, já que ela estava saindo de viagem... Enfim, papo vem, papo vai... falamos sobre tudo... Trabalho, esporte, família, saudade, fases... Na verdade, falamos sobre VIDA. E ela me lembrou de algo que havia esquecido... De uma fábula de Monteiro Lobato  que meu avô seeeeempre nos contava... E não podia deixar de compartilhar, né?

 

O velho, o menino e a mulinha
Monteiro Lobato

O velho chamou o filho e disse: "Vá ao pasto, pegue a mulinha e apronte-se para irmos à cidade, que quero vendê-la."

O menino foi e trouxe a mula. Passou-lhe a raspadeira, escovou-a e partiram os dois a pé, puxando-a pelo cabresto. Queriam que ela chegasse descansada para melhor impressionar os compradores.

De repente: "Esta é boa!", exclamou um visitante ao avistá-los. "O animal vazio e o pobre velho a pé! Que despropósito! Será promessa, penitência ou caduquice?"

E lá se foi, a rir.

O velho achou que o viajante tinha razão e ordenou ao menino: "Puxa a mula, meu filho! Eu vou montado e assim tapo a boca do mundo."

Tapar a boca do mundo, que bobagem! O velho compreendeu isso logo adiante, ao passar por um bando de lavadeiras ocupadas em bater roupa num córrego.

"Que graça!", exclamaram elas. "O marmanjão montado com todo o sossego e o pobre do menino a pé... Há cada pai malvado por este mundo de Cristo... Credo!"

O velho danou-se e, sem dizer palavra, fez sinal ao filho para que subisse à garupa.

"Quero só ver o que dizem agora..."

Viu logo. O Izé Biriba, estafeta do correio, cruzou com eles e exclamou: "Que idiotas! Querem vender o animal e montam os dois de uma vez... Assim, meu velho, o que chega à cidade não é mais a mulinha, é a sobra da mulinha..."

"Ele tem toda razão, meu filho. Precisamos não judiar do animal. Eu apeio e você, que é levezinho, vai montado."

Assim fizeram, e caminharam em paz um quilômetro, até o encontro dum sujeito que tirou o chapéu e saudou o pequeno respeitosamente.

"Bom dia, príncipe!"

"Porque príncipe?", indagou o menino.

"É boa! Porque só príncipes andam assim de lacaio à rédea..."

"Lacaio, eu?", esbravejou o velho. "Que desaforo! Desce, desce, meu filho e carreguemos o burro às costas. Talvez isso contente o mundo..."

Nem assim. Um grupo de rapazes, vendo a estranha cavalgada, acudiu em tumulto com vaias:

"Hu! Hu! Olha a trempe de três burros, dois de dois pés e um de quatro! Resta saber qual dos três é o mais burro..."

"Sou eu!", replicou o velho, arriando a carga. "Sou eu, porque venho há uma hora fazendo não que quero mas o que quer o mundo. Daqui em diante, porém, farei o que manda a consciência, pouco me importando que o mundo concorde ou não. Já que vi que morre doido quem procura contentar toda gente..."

Moral: "Não sei o caminho do sucesso, mas com certeza o do fracasso é querer agradar a todo mundo."